A Aduferpe participou do 9º CONAD com a delegação composta pela professora Erika Suruagy, delegada, e o professor Tarcísio Augusto, observador/suplente, eleitos em assembleia de nossa seção sindical. Estiveram presentes no 9˚ CONAD 67 delegados, 124 observadores, 26 diretores nacionais, representação de 70 seções sindicais de todo país.
Ao longo dos três dias discutimos a conjuntura, o plano de lutas da categoria, prestação de contas da entidade e as eleições do sindicato nacional. Os grandes debates giraram entorno da mobilização do dia 30 de setembro, Dia Nacional Contra a Reforma Administrativa; defesa da categoria frente ao ensino remoto emergencial e o processo eleitoral.
Em relação ao dia 30 de setembro, defendemos, juntamente com o Fórum Renova Andes, a reorganização do cronograma do CONAD para encerrá-lo em 2 dias, visando que a diretoria do ANDES e as seções sindicais pudessem participar e se juntar, ativamente, às mobilizações nas ruas e nas redes sociais pela luta contra a reforma administrativa. A diretoria e seus apoiadores defenderam manter a programação de três dias, virando as costas para o movimento real dos(as) e trabalhadores(as), pois já bastava ter participado da preparação da data.
Em relação ao ensino remoto, defendemos a necessidade, como fizemos no âmbito da UFRPE, que fosse aprovada uma pauta de reivindicações concreta para proteger a categoria da precarização e intensificação do trabalho e adoecimento, exigindo direitos, condições de trabalho, compensação com custos e considerando as situações desiguais entre os docentes e discentes, agravadas com a pandemia. Perdemos o combate sobre o argumento que temos que denunciar e ser contra por princípio do ensino remoto e ponto, virando, mais uma vez, as costas para a categoria e afastando-se cada vez mais do papel central de um sindicato que é defender os(as) trabalhadores(as) contra as diversas formas de exploração e opressão.
Na discussão sobre o processo eleitoral, houve quem defendesse eleições só em 2021 e de forma presencial. Esse foram extremamente minoritários, posição autoritária que desconsiderou o momento de excepcionalidade e o próprio desejo da diretoria, já desgastada, de fazer eleições em 2020. Defendemos eleições em 2020, aprovada por maioria, e de maneira virtual, por meio de um sistema seguro e auditável, de fácil acesso, garantido a participação e a democracia no pleito, em consonância com a decisão da categoria em assembleia sobre as eleições da Aduferpe. Fomos derrotados quanto ao formato da eleição, mas numa votação muito apertada. Foi aprovado o formato telepresencial, um processo mais burocrático em que o eleitor terá que vencer várias etapas para votar, dificultando a participação massiva dos docentes no pleito.
Outra questão problemática aprovada foram as eleições em 30 dias, aproximadamente, nos dias 3, 4 e 5 de novembro, em meio ao processo eleitoral municipal. Defendemos que as eleições ocorressem após o pleito municipal para garantir um processo democrático, com amplo debate das propostas das duas chapas concorrentes. Perdemos por uma margem muito pequena, o que demonstra o descontentamento de parcela significativa da categoria, representadas por seus delegados (as), com a proposta atropelada da diretoria do Andes-SN.
Por fim, foi também discutido a questão das intervenções nas instituições de ensino superior, por meio da nomeação de reitores que não ganharam nas consultas realizadas e a perseguição aos docentes, temas que aguardam uma atuação mais incisiva do Andes-SN. E ao final, foi aprovada a Carta do 9º CONAD Extraordinário (ver site do ANDES www.andes.org.br).