Cassação de mandato de Glauber Braga é ataque à democracia

Um ataque imoral à democracia é o mínimo que se pode dizer sobre a decisão de cassar o mandato do deputado Glauber Braga (Psol/RJ), pelo Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. Conselho que assume posturas distintas quando se defronta com processos de perda de mandato, nos últimos anos.

Glauber Braga teve a recomendação de cassação de mandato aprovada pelo Conselho na quarta (9), por 13 votos a cinco. A denúncia de quebra de decoro foi apresentada pelo partido Novo, sob a alegação baseada numa situação ocorrida em abril de 2024, quando Glauber bateu boca e se envolveu em agressões físicas, nas dependências da Câmara, com um militante de extrema direita. Este atacou propositadamente a mãe do parlamentar, na época com estado avançado de Alzheimer e que logo depois veio a falecer.

Todos que acompanham o cenário político nacional sabem que a cassação do mandato do deputado é motivada por perseguição política. Glauber Braga vinha travando um embate com ex-presidente da Câmara, Arthur Lyra, pelo fim do orçamento secreto, um instrumento usado descaradamente para desviar recursos do Orçamento público para fins escusos.

Hoje (12) Glauber Braga completa três dias de greve de fome em protesto a essa decisão absurda da Comissão, que de ética só tem o nome. A Comissão não agiu da mesma forma, por exemplo, na representação por quebra de decoro da deputada Carla Zambelli (PL/SP), que se tornou ré no Supremo por conta do episódio em que, às vésperas do segundo turno das eleições de 2022, perseguiu com uma pistola o jornalista Luan Araújo, após um bate boca ocorrido em ato político em São Paulo (SP).

Artigo anteriorNota de Repúdio ao título de cidadão Olindense para Bolsonaro 
Próximo artigoConvocação de mesários para eleições Andes, Aduferpe e Conselho de Representantes