O Dia Internacional de Luta pelo Fim da Violência Contra as Mulheres, celebrado neste 25 de novembro, teve origem a partir da luta e coragem das irmãs Pátria, Minerva e Maria Teresa Mirabal, assassinadas pelo regime de Rafael Trujillo, ditador sangrento na República Dominicana (1930 – 1961). As irmãs eram militantes contra a ditadura no seu país e suas mortes, resultaram em uma grande comoção em 25 de novembro de 1960, a ponto de ajudar a desestruturar o regime. Trujillo, cuja família chegou a ser dona de 70% das terras cultivadas naquele país, foi assassinado em 1961.
Hoje a violência contra a mulher continua desenfreada. Segundo o relatório Feminicídios em 2023: Estimativas Globais de Feminicídios por Parceiro Íntimo ou Membro da Família, da ONU Mulheres e do UNODC, revela que o feminicídio continua sendo um problema generalizado em todo o mundo. Globalmente, 85.000 mulheres e meninas foram mortas intencionalmente em 2023. Desses homicídios, 60% — 51.000 — foram cometidos por um parceiro íntimo ou outro membro da família. Isso equivale a 140 mulheres e meninas mortas todos os dias por seus parceiros ou parentes próximos, ou seja, uma mulher ou menina assassinada a cada 10 minutos.
No Brasil, as mulheres negras são as maiores vítimas. Cerca de 85% delas sofreram violência doméstica ou familiar e não possuem renda suficiente para se manter, tendo que conviver com seus agressores dentro da própria casa. O número é quatro vezes superior à média de mulheres brancas que declaram já terem sofrido algum tipo de agressão (21%), independentemente da renda. Os dados são da Pesquisa Nacional de Violência contra a Mulher Negra, feita pelo instituto DataSenado e Nexus, em parceria com o Observatório da Mulher contra a Violência e Pesquisa Nacional de Violência contra a Mulher Negra.
A história também tem um poder revolucionário. Que o exemplo das irmãs assassinadas e de milhares de mulheres vítimas de feminicídios comova as pessoas para lutar por um basta na violência contra as mulheres.