Nota de Repúdio contra prisão de professora no Paraná

O Comando Local de Greve (CLG) da Aduferpe – Universidade Federal Rural de Pernambuco – vem, por meio desta nota, demonstrar seu repúdio ao aparelhamento das instituições do Estado do Paraná, no qual o governo Ratinho Jr. (PSD), por meio da Procuradoria-Geral do Estado (PGE), pediu a prisão da professora Walkiria Olegário Mazeto, na terça-feira (04/06/2024), presidenta da Associação de Professores do Paraná (APP-Sindicato), além de aumentar a multa diária para R$ 100.000,00 reais contra a entidade que encampa o movimento grevista dos trabalhadores da educação naquele Estado. O pedido de prisão da professora Walkiria Mazeto foi assinado pela procuradora Mariana Carvalho Waihrich.

Consideramos que a professora e sindicalista está sendo alvo de repressão, silenciamento e violência de várias matizes, quando, através de uma retórica utilizada pelo governo do Estado do Paraná, é acusada de uma suposta “incitação à desordem”. Percebe-se que a acusação procede no sentido de criminalizar o direito à greve, as práticas e estratégias reconhecidas por nossa carta magna como sendo legítimas às trabalhadoras e aos trabalhadores em processos de luta por valorização e reconhecimento pelo trabalho desenvolvido.

É inaceitável que uma servidora pública com histórico de atuação na sala de aula como professora de Geografia, trabalhando nas redes municipal e estadual do Paraná, com título de mestra em Educação pela UFPR, diretora de escola, defensora dos direitos das(os) trabalhadoras(es) da educação e longa trajetória de militância seja perseguida politicamente por um governo por fazer a crítica à política pública educacional implementada na atual gestão desse estado.

Além disso, é relevante destacar a militância de Walkiria Mazeto no campo dos direitos sociais das mulheres, o que aventa a possibilidade de estar sendo perseguida também pelo sexismo estrutural de nossa sociedade que se incomoda com a atuação pública das mulheres no campo da política. Como presidenta da APP-Sindicato, Walkiria representa uma base significativa de professoras, professores e funcionárias(os) da educação do estado do Paraná, que ultrapassa a marca de 100 mil filiados. A associação foi fundada em 1947 e tem uma respeitável história na luta por uma educação pública e de qualidade, além de reivindicar melhores condições de trabalho para os profissionais.

Por isso, consideramos esse pedido de prisão mais uma afronta à educação, juntamente com o projeto de Privatização/Terceirização das escolas públicas paranaenses, e por isso repudiamos veementemente essas ações e nos somamos a todas(os) que defendem a educação pública, gratuita, laica e de qualidade, motivos pelos quais milita a Profa. Walkiria Mazeto.

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