NOTA DE REPÚDIO À PRESENÇA DO MINISTRO GOLPISTA NA UFRPE

ADUFERPE – GESTÃO RENOVA ADUFERPE E DCE-UFRPE ODIJAS CARVALHO DE SOUZA – GESTÃO QUEM VEM COM TUDO NÃO CANSA

Queremos denunciar à comunidade universitária a recente vinda do ministro – golpista – Mendonça Filho à nossa Universidade Federal Rural de Pernambuco/UFRPE para inauguração de obras nas unidades acadêmicas (UAST, UAG e Sede), em 26 de dezembro de 2017.

 Gostaríamos de destacar alguns fatos:

  1. Mendonça Filho inaugura prédios na Rural em meio ao recesso natalino;
  1. não há conhecimento prévio dessa “visita” por parte das/os docentes e nem da grande maioria da comunidade acadêmica, inclusive em nenhuma unidade;
  1. esse mesmo expediente já foi utilizado na sua vinda à Sede da UFRPE no meio de um feriadão no mês de abril desse ano.

Tais fatos nos geram perplexidade e muita estranheza. De que foge o ministro Mendonça? Do julgamento popular no ambiente democrático? Do peso de ter protagonizado, como parceiro de Michel FORA TEMER após o golpe de 2016, uma série de ataques à democracia na Educação brasileira?

O que estamos denunciando aqui são os ataques ocorridos recentemente, como a modificação na composição do Conselho Nacional de Educação, privilegiando as entidades privadas em detrimento das universidades públicas, a desarticulação do Fórum Nacional de Educação, obstruindo um canal de diálogo e de escuta com a sociedade, os cortes orçamentários nas Universidades, a Deforma do Ensino médio que visa privilegiar setores do ensino privado, pelos quais o ministro é diretamente assessorado, além é claro de retirar e desarticular as principais áreas do saber que desenvolvem o senso crítico das/os nossas/os estudantes, ataques ao Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) etc. Tudo isso gera uma via direta para a privatização progressiva da educação pública brasileira.

São tempos difíceis para quem defende a educação como instrumento de empoderamento e libertação do nosso povo, nesse sentido é importante falar também sobre as articulações conservadoras que visam retirar Paulo Freire da cadeira de patrono da educação brasileira. E ainda avançar para refletirmos o estado policialesco que se instaura nas universidades de nosso país e fere de morte a autonomia dos nossos profissionais no que diz sentido ao tripé das universidades (ensino, pesquisa e extensão), como foi o caso do reitor vitimado em Santa Catarina (UFSC) e mais recentemente do procedimento de criação de um grande circo midiático pela forma coercitiva em que levaram o reitor da UFMG para prestar depoimentos à polícia. Em entrevista dada ao Diário de Pernambuco o ministro – golpista – diz, entre tantos absurdos, que: “Quem faz o dever de casa correto o dinheiro aparece e chega na ponta.”

Nesse contexto, questionamos igualmente à atual gestão da UFRPE, enquanto representantes eleitas/os desta comunidade, se tais posturas e submissão à agenda de um governo ilegítimo não seriam contraditórias para quem defende uma universidade pública, autônoma e democrática, como normalmente é declarado em discursos em momentos solenes, como aulas magnas e colações de grau.

Por todas essas razões, repudiamos tal acontecimento, pois o entendemos enquanto reprodução na UFRPE do obscurantismo que assola o país após o golpe e que se trata de uma afronta à democracia, à transparência pública e ao desejo da comunidade universitária, a qual não reconhece a legitimidade desse governo.

Se deseja nos visitar, então que se submeta às manifestações democráticas, legítimas, das entidades representativas, dos movimentos sociais e da comunidade acadêmica e circunvizinha! Tais manobras não impedirão a nossa manifestação!

Em terra de Paulo Freire

Mendonça Filho não se cria!

Fora Temer!!!

Xô Mendonça!!!

Firmes na luta.

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