O Comando Local de Greve (CLG) da Aduferpe promoveu, na tarde desta quarta (22), uma Roda de Diálogo. Com o tema “A greve é pela educação: a proposta do Governo contempla a nossa luta?”, a Roda foi coordenada pelo professor José Helcio (UFRPE), ficando o debate por conta dos professores Paulo Rubem (UFPE) e Alberto Handfas (Unifesp), via meet.
Todos concordaram que a proposta do Governo NÃO contempla a nossa luta. Paulo Rubem afirmou que “o Governo Federal tem condições fiscais de atender às reivindicações, recompondo, ainda, o orçamento das IFES – nos termos indicados pela Andifes”.
Ele destacou a importância do debate promovido pelo CLG da Aduferpe, para que se possa ampliar a compreensão sobre os aspectos econômicos, orçamentários e da política fiscal do Governo.
“Tudo isso interfere na pauta, na negociação. Cada vez mais o debate enriquece e fortalece a nossa greve. A gente sai mais forte, para fazer uma greve mais forte, com maior capacidade de reivindicação e convencimento para o Governo atender a nossa pauta”, ressaltou.
Alberto Handfas fez uma retrospectiva da luta do movimento docente, desde os governos Lula e Dilma, passando pelo desmonte estrutural das políticas sociais nas gestões Temer e Bolsonaro, até o momento atual. Ele pontuou todas as perdas acumuladas com os acordos firmados no governo Dilma (2012/2016), até o longo período sem reajuste nos governos pós-golpe.
Nesse momento, ele defende a negociação de uma contraposta com o Governo Lula, estabelecendo um percentual de reajuste, ainda que pequeno, para este ano. Handfas também falou da importância da greve para derrotar as famigeradas Reformas Trabalhista e da Previdência, assim como contribuir para a extinção da PEC-32, que propõe o desmonte dos serviços públicos.
Outro ponto evidenciado foram as chamadas “regras draconianas” do novo Arcabouço Fiscal, que limitam o crescimento com despesas, assim como seus impactos na recomposição dos orçamentos das universidades. É necessária uma suplementação imediata de R$ 2,5 bilhões, segundo a Andifes, para que as IFES funcionem com o mínimo de condições para atender à comunidade acadêmica. A Roda encerrou após quase 4 horas de debate.
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