CURSO SOBRE GOLPE DE 2016 APROFUNDA CONHECIMENTO SOBRE AGENDA DO RETROCESSO DO GOVERNO TEMER

Na quinta-feira (10), realizou-se o segundo encontro do curso O Golpe de 2016 e o Futuro da Democracia no Brasil, com palestras dos professores  Maurício Sardá, Carlos Pontes, Fábio Andrade, José Carlos Marçal e da professora Andréa Butto,  sob a coordenação do professor João Morais. O tema foi As Reformas Neoliberaisa agenda do retrocesso do golpe. Na saudação aos participantes, a presidenta da Aduferpe, professora Érika Suruagy, destacou a importância do curso para subsidiar a resistência na defesa dos direitos democráticos que vêm sendo atingidos pelo governo Temer.

Maurício Sardá ressaltou que o governo Temer, a partir do golpe jurídico-parlamentar,  impôs ao povo brasileiro a agenda do senador Aécio Neves, derrotada nas urnas, provocando retrocessos nos avanços conseguidos nos limites do capitalismo brasileiro a partir do Governo Lula. Ele destacou a elevação do alcance da atuação das empresas brasileiras, inclusive no plano internacional, o aumento do índice dos empregos formais, chegando quase a um nível de pleno emprego, e a ampliação dos investimentos em políticas públicas.

“Em contraponto, chega-se a um nível de desemprego de 14%, com tendência ao aprofundamento, congelam-se por 20 anos os investimentos em saúde e em educação, recua-se na demarcação das terras indígenas e na investigação do trabalho escravo, desmonta-se a legislação trabalhista e avança-se sobre a previdência social”, criticou Sardá.

O professor João Morais acentuou que o governo Temer obedece a uma pauta de subordinação da economia nacional aos interesses no sistema financeiro internacional. “Além da fragmentação privatista da Petrobrás e Eletrobrás, são  nomeados para dirigir as instituições financeiras nacionais notórios executivos vinculados aos bancos privados, e ainda se planeja a autonomização do Banco Central. Tudo isso provocando, nos últimos dois anos, a elevação galopante da dívida pública e uma legião de dez milhões de trabalhadores desempregados”, observou.

A professora Andréa Butto colocou o foco sobre  as repercussões negativas envolvendo as políticas públicas voltadas para as mulheres, que nos governos Lula e Dilma  tiveram avanços a partir das pactuações  geradas pelas Conferências Nacionais,  a criação do Conselho Nacional da Mulher e, em termos simbólicos, pela maior participação de mulheres no ministério.  “Paralelamente, o retrocesso institucional tem estimulado o conservadorismo e a agressividade em segmentos da sociedade civil, resultando na elevação dos índices de violência sobre as mulheres e a população LGTB, além da violência policial”, afirmou Andréa.

No debate com os participantes, foram colocados questionamentos relacionados aos modos de resistir contra o aprofundamento do estado de exceção sob cobertura jurídico- parlamentar,  que representem uma elevação da participação organizada dos segmentos sociais no sentido de enfrentar a agenda do retrocesso e retomar a normalidade democrática. O terceiro encontro do curso O Golpe de 2016 e o Futuro da Democracia no Brasil acontece nesta quinta-feira (17), a partir das 14h, na sede da Aduferpe, para discutir o tema Geopolítica do Petróleo: sua interferência no golpe de 2016, com o professor do Departamento de Administração da UFRPE, Rodolfo Araújo.

Mais informações: http://cursogolpe2016ufrpe.blogspot.com.br/

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