Não a desmatamento de Mata Atlântica em Aldeia 

A Aduferpe participou, nesta manhã (27), na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), de Audiência Pública para discutir com a sociedade civil alternativas locacionais para construção do Complexo Militar e da Escola de Sargentos do Exército/ESA em Pernambuco, dentro do Campo de Instrução Marechal Newton Cavalcanti, em Aldeia, uma área de Mata Atlântica de 150 hectares. 

Para o presidente do Fórum Socioambiental de Aldeia, Herbert Tejo, depois de dois anos que o anúncio desse projeto foi feito para Pernambuco, pouco se avançou. “Falta planejamento, esperamos uma atitude mais objetiva do Governo do Estado e mais flexibilidade do Exército porque não faltam alternativas locacionais para implantação do Complexo”, afirmou Tejo. Se o projeto seguir em frente, será o maior desmatamento de Mata Atlântica do século, em Pernambuco.  

A professora do curso de Engenharia Florestal da UFRPE e integrante do Conselho de Representantes da Aduferpe, Isabelle Meunier, esteve presente à Audiência com os seus alunos da disciplina de Legislação Florestal e Ambiental. “Estão falando muito em compensar nossos hectares de Mata Atlântica. Compensar onde? Em quais condições? É como se vender uma esperança. Não há concretude nisso, como também não há nenhuma experiência do Governo de Pernambuco de plantio de 900 hectares de vegetação nativa”, afirmou a professora se referindo à área de recompensa do empreendimento pelo impacto ambiental que irá causar.  

Isabelle alerta que a proposta de plantação de mudas não corresponde a uma floresta. Até porque elas vão levar 50 anos, dependendo de como forem plantadas, para tentar se transformar em uma floresta, se tudo der certo até lá. 

“Desmatar uma área de Mata Atlântica em Pernambuco significa interferir em um conjunto de árvores, arbustos, microfauna, mesofauna. Nossa situação é tão frágil em relação à Mata Atlântica, nossos fragmentos são tão pequenos e isolados, que não podemos abrir mão. Pernambuco deveria partir do princípio de desmatamento zero de Mata Atlântica”, enfatizou.

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