Aduferpe abre Ciclo de Debates e lança campanha de sindicalização

Para responder a pergunta “Que universidade queremos?”, no primeiro seminário do Ciclo de Debates promovido pela ADUFERPE (26), o prof. Flávio Brayner (UFPE/UFRPE) provocou a plateia com uma fala sobre o que não queremos de uma universidade. E ressaltou que a questão não deve  tratar apenas de quereres individuais, mas de quereres construídos coletivamente, no âmbito da comunidade acadêmica.

Dezenas de professoras/es e estudantes compareceram à discussão, que se prolongou por mais de três horas, com perguntas e respostas e mediação da diretora de Formação Sindical da Aduferpe, Erika Suruagy. Antes do debate, a presidenta da Aduferpe, Nicole Pontes, lançou a Campanha Articulada da Aduferpe, que envolve o Ciclo de Debates e a Campanha de Sindicalização.

Para o professor Flávio Brayner, há três segmentos permanentes na universidade que precisam ser ouvidos e respeitados. Além disso, é preciso ouvir as demandas sociais. “Não podemos ficar apenas dando respostas internas aos nossos projetos de pesquisa, aos projetos individuais de ascensão acadêmica. A universidade precisa ter respostas para as questões sociais. Para isso, é necessário consultar no projeto de universidade quais são as instituições que estão em sua volta. Os movimentos sociais, os partidos políticos, os sindicatos, os professores que trabalham nas redes públicas e que precisam ser ouvidos. Sem isso, a universidade estará isolada da sociedade, apenas participando de uma briga interna para ascender hierarquias funcionais ou profissionais”, afirmou. 

Segundo ele, não basta a universidade se abrir apenas para o sistema de cotas. “Todas as pessoas que chegam à universidade passaram pela educação fundamental e ensino médio. O problema é a qualidade dessa educação, que permitiria que a gente tivesse também uma universidade de maior qualidade, de uma oferta social mais qualificada, relevante e expressiva. Quando a nossa universidade é atacada, nós não temos ninguém para defendê-la. Nós precisamos nos articular para quando formos atacados, possamos ter barreiras de proteção social, que possam defender essa instituição,” destacou Flávio.

Após o debate, todos saíram mais fortalecidos para continuar na luta e resistência pela construção da universidade que queremos. A presidenta da Aduferpe, Nicole Pontes, convidou os/as presentes para as comemorações do Dia do/a Professsor/a, com música, comidinhas e bebidas. Também lançou a nova Campanha de Sindicalização: “Quem tem sindicato não está sozinho”. Ao se filiar, o/a docente receberá uma camiseta, que também está sendo distribuída com os sindicalizados, na Secretaria da Aduferpe. 

O debate foi gravado e, em breve, estará disponível no canal do youtube da Aduferpe (@ascomaduferpe) para que as pessoas que não puderam comparecer possam dar a sua contribuição sobre o tema do Ciclo de Debates: “Construindo a Universidade que Queremos”. Ao final dos três debates previstos no Ciclo, será elaborado um documento com todas as contribuições a ser entregue à próxima Reitoria da UFRPE.

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