Nunca foi “Democracia racial”, sempre foi racismo estrutural!

O Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, foi instituído oficialmente pela Lei nº 12.519, de 10 de novembro de 2011. A data faz referência à morte de Zumbi, o então líder do Quilombo dos Palmares – situado entre os Estados de Alagoas e Pernambuco.

A data de sua morte, descoberta na década de 1970, motivou integrantes do Movimento Negro Unificado a lutar contra o racismo. A figura de Zumbi se tornou o símbolo da luta e resistência dos negros escravizados. 

No Brasil, o racismo estrutural se perpetua desde a escravidão. A imposição da cultura dos colonizadores portugueses, o massacre da população escravizada e a ausência de direitos aos negros após a abolição da escravatura, deixou a herança que hoje é bem definida como racismo estrutural.

As pessoas negras são pouco representadas na política, são maioria no sistema carcerário, lideram as mortes decorrentes da violência policial, representam a fatia principal da população pobre e têm menos acesso à educação, saúde e moradia digna. Conserva-se a hegemonia da classe branca e a restrição de oportunidades aos negros e negras. 

Em um país no qual o racismo por muitas vezes é velado, essa afirmação de “democracia racial” desconsidera as heranças da escravidão, o abismo de oportunidades entre as raças e as barreiras de exclusão em larga escala. A concepção de “democracia racial”, segundo muitos intelectuais e historiadores, evita a criação de políticas de inclusão pelo Estado, impede a conscientização e mobilização de movimentos organizados, reforça a negação e naturalização do racismo, o que acaba se perpetuando.  

NUNCA FOI “DEMOCRACIA RACIAL”, SEMPRE FOI RACISMO ESTRUTURAL!

Artigo anteriorProfessoras/es da UFRPE são homenageados na Câmara de Vereadores do Recife
Próximo artigo💡 Que universidade queremos? Vamos juntar as ideias?